FREQUÊNCIA DOS CISTOS ODONTOGÊNICOS GLANDULARES EM UMA POPULAÇÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO

Abstract

O Cisto odontogênico glandular (C.O.G.) é um cisto odontogênico de desenvolvimento, descrito como uma lesão rara e agressiva que corresponde a 0,3% de todos os cistos odontogênicos. Foi descrito pela primeira vez em 1987 como cisto “sialo-odontogênico”, mas em 1992 foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como cisto odontogênico glandular. O foco do presente trabalho, foi descrever e analisar retrospectivamente os casos diagnosticados como C.O.G. dos Serviços de Laboratório de Patologia Oral da Universidade Federal de Uberlândia, entre 1978 até 2019, e no Laboratório de Patologia Oral da Universidade de Uberaba, entre 1999 até 2019. Os resultados mostraram que na presente casuística, os C.O.G. representaram 0.275% de todos os cistos odontogênicos e 0.231% de todos os cistos do complexo maxilo-mandibular. Esta lesão possui predileção pela região anterior da mandíbula e comumente transpassa a linha média mandibular. A maioria dos casos relatados foram em homens adultos acima de 40 anos. Clinicamente se manifestou como uma tumefação assintomática, embora existiram relatos de sintomatologia dolorosa e parestesia relacionada à lesão. Radiograficamente apresentou radiolucidez oval, unilocular ou multilocular, com bordas bem definidas. As opções de tratamento encontradas na literatura variam de abordagens mais conservadoras até as mais agressivas. Foi possível concluir que o C.O.G., acomete frequentemente a mandibula anterior de homens de meia idade. Não existem predileções raciais descritas. As principais manifestações são lesões radiolúcidas, de tamanho variado, uni ou multiloculares, de bordas bem definidas, normalmente assintomáticas e com longo período de evolução. É imprescindível que o C.O.G. seja incluído no diagnóstico diferencial dos cistos odontogênicos, uma vez que é uma lesão agressiva, que pode se manifestar de maneira similar a doenças mais brandas.