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Título: ANÁLISE DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E BIOLÓGICAS DE UM CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO MODIFICADO COM VANADATO DE PRATA NANOESTRUTURADO UBERABA - MG 2022
Autor(es): CUNHA, BRUNA MANDRÁ DA
Castro, Denise Tornavoi
Palavras-chave: Cimentos de ionômero de vidro
Nanotecnologia
Vanadato de prata
Streptococcus mutans
Desmineralização
Tração diametral
Dureza superficial
Rugosidade superficial.
Data do documento: 25-Fev-2022
Resumo: Cimentos de ionômero de vidro (CIV) são reconhecidos como importantes materiais restauradores odontológicos, embora muitas vezes apresentem falhas devido às propriedades mecânicas deficientes e cárie secundária, em comparação com outros materiais odontológicos, tais como as resinas compostas. O objetivo deste estudo foi analisar, de forma inédita, a influência da incorporação do vanadato de prata nanoestruturado decorado com nanopartículas de prata (AgVO3), nas propriedades mecânicas e biológicas de um cimento de ionômero de vidro. Inicialmente o AgVO3 foi sintetizado e caracterizado. A concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada frente ao Streptococcus mutans. O AgVO3 foi incorporado ao cimento de ionômero de vidro convencional autopolimerizável (Riva Self Cure) nas concentrações de 1%, 2,5% e 5%, em massa. Um grupo Riva Self Cure (controle), sem o nanomaterial também foi obtido. A atividade respiratória do S.mutans foi avaliada através do ensaio de redução de XTT (2,3-bis-(2-metoxi-4-nitro-5-sulfofenil)-2H-tetrazólio-5-carboxanilida) e a viabilidade celular por meio da contagem de unidades formadoras de colônias (UFC) (n=9) e da análise qualitativa por microscopia de fluorescência (n=2). Um total de 40 blocos de esmalte bovino foram obtidos com cavidades padronizadas e restaurados, e após a exposição ao biofilme de S. mutans por 5 dias a 37ºC avaliados quanto a desmineralização do esmalte através da análise da microdureza Knoop (50g/15s). As propriedades físico-mecânicas foram avaliadas pelos ensaios de resistência a tração diametral, dureza e rugosidade superficial. Os dados foram analisados por análise de variância e pós teste de Bonferroni (α=0,05). A CIM do nanomaterial frente a S. mutans foi de 250 μg/mL. O método do XTT demonstrou que a viabilidade das células expostas ao grupo Riva Self Cure foi estatisticamente semelhante ao Riva Self Cure + 1% de AgVO3 (p=1,000) e diferente dos demais grupos (p<0,05), que apresentaram maior atividade metabólica. O grupo Riva Self Cure + 1% de AgVO3 apresentou o menor número de UFC/mL, sendo estatisticamente semelhante ao Riva Self Cure (p=0,099), e diferente dos demais (p<0,05) que apresentaram maiores valores. A microscopia de fluorescência demonstrou no grupo Riva Self Cure menor quantidade do número de células, havendo mais espaços vazios entre elas, em relação aos grupos com AgVO3. Quanto a desmineralização, o grupo Riva Self Cure + 1% de AgVO3 apresentou menor perda percentual de microdureza, com diferença signficativa em relação aos grupos incorporados com 2,5% (p=0,005) e 5% (-60,79% ± 11,27%) (p=0,003). Entretanto, nenhum dos grupos foi capaz de prevenir a desmineralização do esmalte frente ao biofilme cariogênico. A incorporação de 5% do AgVO3 resultou em uma diminuição significante nos valores de resistência à tração diametral e de dureza superficial quando comparado ao grupo Riva Self Cure (p<0,05). A incorporação do nanomaterial não influenciou na rugosidade superficial (p=0,096). Conclui-se que nenhum dos grupos foi capaz de inibir completamente a formação do biofilme e prevenir a desmineralização do esmalte. Os resultados sugerem que a incorporação de 1% de AgVO3 ao CIV apresentou bom desempenho, entretanto o material testado foi sensível a incorporação de maiores concentrações, podendo estas sacrificarem as propriedades mecânicas sem potencializar o efeito antimicrobiano.
URI: http://dspace.uniube.br:8080/jspui/handle/123456789/1789
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