Pessoas em situação de rua: Efeitos acerca da exclusão e da invisibilidade social

Abstract

A situação de rua no Brasil tem apresentado constante ascendência nas últimas décadas. Sendo assim, este estudo tem como objetivo analisar os efeitos psicossociais advindos da exclusão e da invisibilidade, decorrentes desta condição precária. Para construir esta revisão narrativa da literatura, foram utilizados artigos, teses, monografias, livros e documentos governamentais referentes aos últimos 15 anos. A população em situação de rua é composta por um grupo heterogêneo que normalmente estão abaixo da linha da pobreza, que possui vínculos familiares fragilizados ou interrompidos e que vivem à margem de uma sociedade higienista. Esta condição nutre um olhar estético baseado no preconceito e na rejeição, sem ao menos considerar a história de vida do ser humano por detrás das vestes. A noção utilitarista e estigmatizada do capitalismo foram os principais fatores de segregação humana nesta circunstância, tendo em vista que esta população é privada de oportunidades e acessos que deveriam ser comuns a todos os cidadãos brasileiros. Logo, todo este contexto social moralista corrobora para um ciclo de degradações físicas e psicológicas nas pessoas em situação de rua. Então, a partir das análises psicossociais e demográficas conclui-se que a falta de políticas públicas efetivamente direcionadas a este público contribuem para um cenário urbano segregacionista e caótico, viabilizando comportamentos de indiferença diante do sofrimento alheio e validando os processos de exclusão e invisibilidade daqueles que perecem pelas ruas.