FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PRÁTICAS DE USO DO LIVRO PARADIDÁTICO DE HISTÓRIA

Abstract

No século XX, métodos, fontes e objeto de estudo da história foram revistos segundo um novo paradigma: a Nova História. Cultura, sociedade, economia e cotidiano, dentre outras áreas, passaram a ser campos de investigação histórica; às fontes oficiais da história tradicional, agruparam-se pintura, fotografia, relatos orais, literatura e outras. Com base nessa revisão, os Parâmetros Curriculares Nacionais definiram novas diretrizes para o ensino escolar de história: além do livro didático, sugerem ao professor usar outras fontes para a produção do conhecimento, como o livro paradidático. Esta pesquisa buscou verificar as práticas de uso desse recurso entre alunos da graduação em História que já lecionam no ensino fundamental (5ª à 8ª séries) e seus formadores: conhecem o paradidático? Usam em suas aulas? Como e por quê? O contato com esse recurso ocorreu na formação inicial? Tiveram orientação sobre como explorá-los? Numa abordagem qualitativa, a pesquisa se apoiou em procedimentos como entrevistas mediadas por questionários com questões abertas e fechadas, revisão bibliográfica e consultas em websites de editoras e livrarias. Os resultados sugerem práticas de uso entre alunos-docentes que se assemelham e se distinguem das de seus formadores; também sugerem certo desconhecimento do que seja o livro paradidático, de sua finalidade prática como recurso para construir o conhecimento discente e ausência de reflexão sobre esse recurso. Tais resultados podem ser lidos como indicativo de uma formação inicial ainda presa à racionalidade técnica que reforça o papel do professor como reprodutor de conhecimentos e reitera sua dependência do livro didático como fonte exclusiva do saber histórico escolar.