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Título: A ESTIGMATIZAÇÃO DE ALUNOS AGRESSORES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA ESCOLAR: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Autor(es): Santos, Telma Aparecida da Silva
Palavras-chave: Violência escolar
Aluno agressor
Estigmatização
Docentes
Percepções
Data do documento: 2014
Resumo: Esta dissertação tem como tema a estigmatização de alunos da educação básica que, em determinado momento da vida escolar, foram identificados como autores de violência contra colegas ou professores. Desenvolvida na linha de pesquisa “Processos Educacionais e seus Fundamentos”, trata-se de um subprojeto do Observatório da Educação “Produção social da diferença e negação da alteridade: um estudo da violência simbólica nas relações escolares” (OBEDUC/CAPES), em que são analisadas diversas relações existentes entre violências, culturas e práticas escolares marcadas pela negação do Outro como sujeito moral. O objetivo mais amplo do presente trabalho, realizado em uma escola pública do ensino fundamental, é compreender as percepções dos professores acerca do aluno apontado como agressor e/ou violento, para, assim, problematizar a questão dos estereótipos e da manutenção de estigmas na educação escolar. Trata-se de uma pesquisa realizada em abordagem qualitativa, sendo que a matriz epistemológica adotada advém da Sociologia compreensiva (WEBER, 1982). Envolvendo pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, o processo de investigação envolveu os seguintes procedimentos: mapeamento do estado do conhecimento e revisão da literatura; contextualização do campo e do locus da pesquisa; coleta, sistematização e análise dos dados na modalidade categorial temática (BARDIN, 2011). Ao final, fez-se a triangulação (DENZIN, 1989), envolvendo a discussão do material à luz do referencial teórico, que parte da sociologia bourdieusiana para estabelecer diálogos com estudiosos das relações de poder (FOUCAULT, 1993; 1994; 1999; 2002), da produção social de estereótipos e estigmas (ROSCH, 1977; GOFFMAN, 1975, 1982; HELLER, 1989), das agressividades na infância e na adolescência (WINNICOTT, 2002) e das violências na escola (CHESNAIS, 1981; DEBARBIEUX, 2002; CANDEAU, 1999). Como resultados, nota-se que, entre os docentes abordados, prevalece o entendimento de que agressividade e violência são fenômenos da mesma ordem e estão relacionados a uma condição patológica, para a qual a família do aluno e sua comunidade de origem teriam contribuído diretamente. Constata-se, ainda, que quase a totalidade dos docentes não percebe qualquer participação da escola na ocorrência de violências em seu interior, seja considerando suas ações ou omissões. Pode-se concluir que esses entendimentos tornam-se complicadores das relações escolares, pois envolvem, além de uma carga de preconceitos dos quais nem sempre se tem consciência, também a incapacidade de perceber que a agressividade não é, em si mesma, uma potência destrutiva. Sem perceber isso, escola e professores perdem a oportunidade de contribuir para a condução da agressividade de crianças e adolescentes a fins não violentos. Por fim, as análises também reforçam a hipótese do projeto mais amplo, de que a eficácia de projetos de enfrentamento e redução de danos causados pela violência na escola não se dissocia de um trabalho de desnaturalização da violência institucional.
URI: http://dspace.uniube.br:8080/jspui/handle/123456789/2194
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