O que se lê o professor? Um estudo sobre as leituras do professor do ensino médio na cidade de Monte Carmelo - MG

Abstract

O presente trabalho teve como objetivo principal investigar o que lê o professor do Ensino Médio na cidade de Monte Carmelo realizada no primeiro semestre do ano de dois mil e três. Inicialmente foi realizado um estudo da leitura, procurando contextualizá-la na realidade histórico-social, abordando os temas leitura conceitos, uma reflexão sobre a formação do professor. Esta primeira parte foi necessária para a fundamentação teórica, indispensável à leitura e à análise dos dados e informações obtidos, por meio da pesquisa de campo. Na segunda parte apresenta os caminhos percorridos pela investigação, caracterização do universo da pesquisa, a metodologia e a sistematização dos dados obtidos por meio de questionário, contendo informações sobre as leituras do texto escritos e os resultados das dezenove questões versando sobre: conceitos, benefícios e teorias que norteiam as leituras do professor, conhecimento e importância, relação entre leitura X sala de aula, o conceito do bom leitor, informática e o destino da leitura, situação da leitura dos professores nos dias atuais, qualidade da leitura dos professores, a construção da cidadania e o hábito da leitura, e, finalmente se a escola produz não-leitores. O que na sua história favoreceu o gostar de ler? Qual o significado dos textos oficiais nas práticas de leituras dos professores? A leitura contribui para os trabalhos interdisciplinares na escola? Estas também foram questões levantadas aos professores e este estudo mostra os resultados destas reflexões, apresentando gráficos e quadros demonstrativos, bem como, a análise dos mesmos. O resultado demonstrou, em linhas gerais, que há uma relação entre a prática pedagógica e a situação socioeconômica dos professores que impede/dificulta o acesso/procura de cursos de aperfeiçoamento e pós-graduação, assim como a aquisição de livros para aprimoramento ou apenas deleite. O motivo desta situação, na opinião dos professores, está na conduta governamental (Estadual e Municipal) que não valoriza o profissional da educação e continua a impor-lhes a necessidade de se dividir em até quatro escolas diferentes para complemento de sua carga horária. Os dados demonstram uma certa conformação social, mas o esboço de um movimento que retire o professor da condição o impede de ser ‘melhor leitor’.