A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NA POLÍTICA DE PATRIMÔNIO CULTURAL DA ESCOLA MUNICIPAL “JOSÉ PALMA”, DE PARACATU, MG

Abstract

Nas últimas duas décadas, a questão da de(s)colonização dos saberes chegou a diferentes campos, como as áreas da educação, da arqueologia e do patrimônio. E, nesse sentido, uma Educação Patrimonial Decolonial tem sido proposta como caminho de valorização dos conhecimentos e da identidade de grupos e comunidades que foram historicamente subalternizados. Essa Educação Patrimonial aqui adjetivada como decolonial (EPD) pode se desenvolver em diversos lugares: nos museus, nas casas de cultura, nas praças das cidades e também nas escolas. Diante disso, a dissertação apresenta resultados de uma pesquisa articulada à linha de Processos Educacionais e seus Fundamentos do PPGE-Uniube, que teve como objetivo analisar as ações de Educação Patrimonial desenvolvidas no período de 2016 a 2019 na Escola Municipal “José Palma”, de Paracatu/ MG, para refletir sobre possíveis pontos de convergência e/ou divergência com a abordagem decolonial proposta pelo coletivo de pesquisadores conhecido como Grupo Modernidade/ Colonialidade. Para alcançar tal objetivo, optou-se pelo desenvolvimento de uma pesquisa bibliográfico-documental em abordagem qualitativa. A pesquisa bibliográfica, fundamental para a apropriação do referencial teórico, envolveu também um estudo do estado do conhecimento, realizado a partir de buscas nas bases de dados da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), do Portal de Periódicos da CAPES, da Scientific Electronic Library Online (SciELO) e do Google Acadêmico. Utilizou se o descritor primário “educação patrimonial”, em cruzamento (AND) com os termos “decolonial” OR “descolonial” OR “decolonialidade”. O material resultante foi lido, categorizado e discutido tendo como eixo de articulação as concepções de Educação Patrimonial Decolonial presentes nos trabalhos selecionados. A análise documental teve o corpus composto pela legislação referente à política municipal de patrimônio cultural de Paracatu, o Projeto Político Pedagógico da escola em questão e documentos produzidos “para” e “a partir” da execução de um conjunto de projetos de educação patrimonial desenvolvidos na escola entre 2016 e 2019. Como resultados, a pesquisa identificou que as ações de Educação Patrimonial desenvolvidas na referida escola promoveram o sentimento de pertencimento ao lugar de vivência dos alunos, valorizando a memória coletiva e os saberes tradicionais da comunidade local, sendo esta uma significativa convergência com a abordagem decolonial proposta pelo Grupo Modernidade/Colonialidade.