O ENSINO-APRENDIZAGEM DE PROPORCIONALIDADE NO 7° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL COM FOCO NO ENSINO DESENVOLVIMENTAL

Abstract

Essa pesquisa é financiada pelo projeto Trilhas de Futuro do Governo do estado de Minas Gerais e insere-se na Linha de Pesquisa Desenvolvimento Profissional, Trabalho Docente e Processo de Ensino-aprendizagem e em um projeto mais amplo intitulado “Conteúdos algébricos na Educação Básica: discussões e propostas na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural” financiado pela FAPEMIG. O presente estudo toma como objeto o ensino de Proporcionalidade no Ensino Fundamental. É orientado pela seguinte questão: As propostas de ensino-aprendizagem de Proporcionalidade no 7° ano do Ensino Fundamental, presentes nos documentos orientadores, no livro didático e nos sentidos e significados atribuídos pelos professores de matemática acerca do conteúdo de proporcionalidade possibilitam a apropriação desse conceito e favorecem o ensino na perspectiva desenvolvimental? O conceito de Proporcionalidade é crucial na matemática e em outras áreas, apresentando desafios no ensino-aprendizagem. Este estudo visa analisar o ensino desse tema no 7° ano do Ensino Fundamental, visando a aprendizagem conceitual, na perspectiva do Ensino Desenvolvimental. A pesquisa orienta-se pela perspectiva histórico-cultural alicerçada pelos autores Vygotsky (2009), Leontiev (1983, 1978) e Davidov (1982 e 1988). A metodologia inclui uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa documental, que devem fundamentar o objeto de estudo. A análise de documentos normativos da educação, como Parâmetros Curriculares Nacionais, Base Nacional Comum Curricular, Currículo Referência de Minas Gerais, que articulam o ensino e conduzem as políticas públicas educacionais, é necessária para que se compreenda a proposta de ensino da matemática que vigora em nosso País e em Minas Gerais, e, mais especificamente, do ensino da Álgebra. Em seguida, realiza se uma pesquisa de campo com entrevista semiestruturada para produção de material empírico com a colaboração de professores que atuam com o ensino de matemática na rede estadual de ensino de Uberaba. O método para análise dos dados é o dos Núcleos de Significação que tem como base as orientações de Aguiar e Ozella (2013). Evidenciaram-se quatro núcleos de significação, que revelam os sentidos e os significados atribuídos pelos participantes ao objeto de pesquisa: 1) Os docentes escolhem ser professor de matemática porque têm afinidade com a área, mas relatam frustação, porque, na prática, enfrentam desafios ao lidar com o sujeito que aprende na sua complexidade; 2) As concepções de Álgebra dos professores baseiam-se em nexos externos como letras, abstração e generalização empíricas; 3) Prevalece uma racionalidade prática nas estratégias didáticas as quais variam de acordo com as vivências e experiências em um processo de acerto e erro e moldam-se às dificuldades enfrentadas na tentativa de amenizá-las; 4) Equilibrar o descompasso entre as normativas, o currículo, o plano de curso, os livros didáticos com avaliações externas e a realidade de sala de aula gera metas que os professores não conseguem atender. A partir de todas as análises, constata-se não haver indícios significativos de propostas de ensino de Proporcionalidade para o 7° ano do E. F. que conduzam à assimilação e à apropriação desse conceito, na perspectiva da aprendizagem conceitual e do Ensino Desenvolvimental, cujos pressupostos encontram-se na Teoria Hitórico-Cultural. Observa-se que os sentidos atribuídos pelos professores ao ensino de álgebra, traduzidos nos núcleos de significação, correspondem a um conteúdo abstrato, marcado pelo uso das letras, pela superficialidade na compreensão dos símbolos e pelas generalizações empíricas. Essas significações também afetam o ensino de proporcionalidade, apesar de esse conteúdo ser considerado por esses professores, como mais acessível aos alunos.